A banda paulistana Dia Eterno acaba de estrear "O Tempo (Diferentes Direções)", faixa que sintetiza o espírito do seu novo álbum. Com letras afiadas e uma sonoridade que resgata a essência do rock dos anos 80 com roupagem contemporânea, a música confronta a fugacidade das relações na era digital e a desorientação da juventude moderna.
"Queríamos criar algo que unisse a melancolia dos clássicos pós-punk com uma crítica social atual", explica Roberto Troccoli, guitarrista e vocalista da banda. O processo criativo fluiu organicamente: a melodia surgiu primeiro, marcada por guitarras com chorus nostálgico, seguida por letras que ecoam o mal-estar geracional. Um break ritmico surpreendente foi inserido para sublinhar a temática de fragmentação temporal.
A gravação mesclou profissionalismo e DIY: enquanto a bateria foi captada no estúdio ADRoad, os demais instrumentos e vocais foram registrados no home studio de Troccoli, demonstrando a versatilidade do grupo.
"Diferentes Direções": um manifesto em forma de álbum
O novo trabalho da banda, lançado de forma totalmente independente, representa sua maturidade artística. A abertura explosiva com "Indiferença" dá o tom do disco, que navega entre:
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A crítica social contundente em "Sua Armadilha" (violência policial)
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A elegia urbana de "Essa Cidade Acabou"
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A reflexão existencial em "Tão Longe"
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A denúncia política em "A Sombra do Poder"
O álbum inclui ainda a emocionante homenagem ao falecido baixista Jesum na faixa ao vivo "Ao Redor". "Este é nosso trabalho mais completo - uma síntese de tudo o que acredita música independente deve ser", conclui Troccoli.
